quarta-feira, 7 de junho de 2017

FCCIAT debate impacto dos agrotóxicos sobre as abelhas

No encontro, que aconteceu no dia 02 de junho, também foi discutido o Plano de Ação e Diretrizes Políticas de 2017.

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As abelhas têm papel fundamental na produção dos alimentos presentes na mesa do consumidor, pois são importantes agentes polinizadores das plantas. Porém, estudos apontam que os agrotóxicos estão dizimando as abelhas e colocando a produção de alimentos em risco. Este foi o foco da palestra de abertura da reunião do Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos (FCCIAT), realizada na sexta-feira (02/6), na sede do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), sob coordenação da Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza. Na reunião, os integrantes do Fórum também aprovaram o Plano de Ação e Diretrizes Políticas de 2017.

A palestra foi ministrada pela Professora Generosa Souza Ribeiro, coordenadora do Laboratório de Apicultura e Meliponcultura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). A discussão a respeito dos impactos dos agrotóxicos nas abelhas está presente no mundo todo. "As abelhas tem extrema importância no campo e influenciam diretamente na qualidade, e quantidade, dos alimentos presentes na mesa do consumidor", explicou a professora.

Entre os temas mundialmente discutidos, está a Síndrome do Colapso das Colônias das abelhas, fenômeno já percebido nos EUA e em países europeus, além do Brasil. O Colony Collapse Disorder, como é chamado em inglês, se refere ao desaparecimento em massa das populações de abelhas. Entre as causas, a Professora Generosa ressalta a degradação ambiental e o uso desenfreado de agrotóxicos.

No encontro foram discutidas as consequências do desaparecimento das abelhas no Brasil e algumas das possíveis medidas para combater as causas do problema. Devido ao desaparecimento desses insetos, em muitos cultivos os agricultores precisam utilizar métodos alternativos para que a polinização ocorra, como, por exemplo, contratar o uso temporário de colmeias, que oneram a produção. Além disso, essas as abelhas dessas colmeias também ficam expostas aos agrotóxicos aplicados nos cultivos, repetindo o ciclo de adoecimento dos insetos que tem levado ao seu desaparecimento.

Após a palestra da Professora Generosa foi aberto espaço para debate. Nesse momento, alguns apicultores ressaltaram a importância do Fórum realizar um evento focado em discutir essa temática. "Nossas abelhas estão morrendo", explicou o apicultor Laudemir Favarim, do Município de Videira, ao relacionar como outra possível causa do colapso das colmeias a expansão da lavoura de organismos transgênicos. Segundo Favarim, plantas transgênicas como a soja, o milho, o algodão e mais recente o eucalipto são grandes fornecedores de proteína (pólen) e de energia (néctar), que é coletado pelos insetos adultos (abelhas e outros) para a própria alimentação e a de suas crias. Ao estocarem pólen e néctar oriundos de plantas transgênicas, as abelhas são contaminadas pela bactéria (bacillus thuringiensis) com efeito de inseticida que é inoculada nos organismos transgênicos, destruindo assim a renovação da colmeia.

Além da palestra, foi aprovado a revisão do Regimento Interno e o Plano de Ação e Diretrizes Políticas de 2017 do FCCIAT. Veja abaixo as diretrizes aprovadas:

  Promover o direito à informação sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente
  Estimular a criação de instrumentos de controle social e de combate aos impactos dos agrotóxicos e fortalecer os já existentes
  Pleitear a participação do FCCIAT em grupos e comissões de âmbito nacional que discutem o tema dos agrotóxicos
  Ampliar e aperfeiçoar a atuação de instâncias, instituições e órgãos envolvidos no combate aos impactos dos agrotóxicos
  Sensibilizar e mobilizar a sociedade para a busca de alternativas ao modelo convencional de produção dependente dos agrotóxicos, prevenir a ocorrência, os riscos e os impactos dos agrotóxicos
  Acompanhar e sugerir procedimentos, ampliar a tutela da saúde e do meio ambiente ante aos impactos dos agrotóxicos
  Promover o aprimoramento do sistema brasileiro de regulação relativos a autorização, fabricação, comercialização e uso dos agrotóxicos.

  Avaliar a atuação do Fórum e ampliar suas ações em parceria com outros órgãos e entidades civis.
Fonte:https://www.mpsc.mp.br/noticias/fcciat-debate-impacto-dos-agrotoxicos-sobre-as-abelhas

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