terça-feira, 1 de março de 2016

FCCIAT conquista reconhecimento como espaço aberto e democrático no debate sobre agrotóxicos e transgênicos


Greicia Malheiros da Rosa Souza (centro) conduz reunião
O objetivo de se tornar um espaço permanente, aberto e plural para o debate sobre os impactos negativos dos agrotóxicos e transgênicos na saúde do trabalhador, do consumidor, da população e do ambiente foi alcançado com êxito pelo Fórum Catarinense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos (FCCIAT). O reconhecimento desse relevante papel já ficou transparente em seu primeiro ano de fundação, celebrado na palestra-reunião realizada no dia 29 de janeiro de 2016, com a presença de dezenas de lideranças da sociedade civil, fiscais agropecuários e sanitaristas, de agentes do setor regulado e do Governo do Estado, representado pelo Secretário Adjunto de Agricultura, Airton Spies.

“Temos que mover o ponteiro da agropecuária na direção do desenvolvimento sustentável. Afinal de contas, temos a missão importante de corrigir o passivo e o legado desestruturante das últimas décadas, muitas vezes decorrente da falta de informação, e construirmos uma agricultura sustentável. O Estado de Santa Catarina já fez muito progresso, mas ainda tem muito terreno para conquistar. E acredito que esse é o intento do Fórum, que traz a sociedade para o campo de debate democrático, responsável, consciente e, acima de tudo, baseado em princípios técnicos e científicos”, disse Spies.
Spies (Sec. Agricultura) defende desenvolvimento sustentável
A Coordenadora Estadual do FCCIAT, Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza, que também exerce a Coordenação do Centro de Apoio Operacional do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), destacou a representatividade do Fórum, com mais de 60 organizações públicas e privadas o integram, e a boa participação de todos os integrantes nas reuniões plenárias e nas Comissões de Regulação, de Segurança Alimentar e de Impactos, que atuam na formulação de propostas e moções sobre os temas de maior relevância para a saúde coletiva decorrentes do uso de agrotóxicos e transgênicos. Agradeceu ainda o apoio recebido do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional e do MPSC na organização do Fórum.

Na palestra sobre regulação de agrotóxicos, o pesquisador Luiz Cláudio Meirelles, que foi Gerente de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), abordou toda temática do Dossiê Abrasco, publicado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva, que traz um fundamentado alerta de pesquisadores, professores e profissionais com a escalada ascendente de uso de agrotóxicos no país e a contaminação do ambiente e das pessoas, resultando em severos impactos sobre a saúde pública. 
"O glifosato, que é o produto mais utilizado no país com cerca de 30% do total do comércio, até recentemente era considerado pelo Agência Internacional Pesquisa do Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), como um produto inócuo do ponto de vista do efeito crônico. Após muitas pesquisas e estudos independentes, o IARC classificou como provável carcinogênico”, assinalou Meirelles, para complementar: “Isso coloca um enorme desafio para os órgãos da Agricultura sobre como resolver o problema, porque do ponto de vista da nossa legislação, o glifosato já deveria estar proibido”. São temas polêmicos como esse que estão na pauta de discussões do FCCIAT e que precisam ser enfrentados por todos os segmentos da agropecuária
Luiz Cláudio Meirelles aborda regulação de agrotóxicos no Brasil



Veja aqui a apresentação do palestrante





Um comentário:

  1. Uma grande palestra de um Homem conhecedor do que fala e um alerta para toda a população do grave risco de saude fisica e mental que todos os brasileiros estão passando pelas mãos corruptoras das transnacionais do veneno!

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